quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Nos dias 19,20 e 21 de agosto acontecerá em Itajubá a nona edição do tradicional Festival de Montanha do Sul de Minas





As novas vias da pedra do Itacolomi

Recentemente os escaladores Fabricio Reis e Marcos Paco concluiram duas novas rotas na pedra do Itacolomi em Ipuiuna-MG estas linhas estão localizadas a direita da via da Ciça! Abaixo seguem os croquis e em breve o relato de conquista!





Croquis de outras vias existentes no local e foto contendo o traçado das antigas linhas




























quarta-feira, 3 de agosto de 2011

Lançamento: Guia de Escaladas Andradas




Andradas vem se tornando cada vez mais conhecida pela comunidade escaladora, devido suas inúmeras rochas e excelentes vias de escalada.

Desde 2006, pioneiros da escalada local e conquistadores de inúmeras vias da região - Pedro Zeneti Jr., Daniela Lopes e Filippo Croso, vem trabalhando em um guia de escalada do local, para suprir a demanda de quem viaja à esse destino e busca informações para acessar as vias e realizar as ascensões.

O guia tem 104 páginas, sendo 16 delas coloridas com fotos das diversas faces das pedras e os traçados das vias desenhados. O guia compreende 77 vias, 52 croquis detalhados + ilustrações, abrangendo as pedras do Pântano, Boi e Elefante, além de fatos históricos, cuidados, acessos, ética local, entre outras informações.


Traçados Vias Face Norte Pedra do Pantano


Pagina 98 Croqui da Via 5 e 15

A festa de lançamento acontecerá no Abrigo do Pântano, no dia 20 de agosto, sábado.

O livro sera vendido nas lojas e academias por R$ 36,00 Preço especial na festa de lançamento: R$ 25,00

Mais informações, confirmações e reservas com Pedro Zeneti (Jacaré), pelo tel: (19) 81354124 ou pelo e-mail: pedro@abrigopantano.com

segunda-feira, 4 de julho de 2011

Relato de conquista da via Castelo Cartas





Tudo começou durante um dia de escalada na Serra do Pedrão de Pedralva, estávamos eu e meu parceiro de cordada Marcelo Escalaboy, ascendendo pela via Suano Arco, em uma das paradas enquanto dava segurança de cima utilizando um equipamento auto blocante, assim pude desviar minha atenção, foi quando reparei num belo diedro a minha esquerda, o qual seria alcançado após a passagem por um tenebroso bloco gigante, ao fim desse diedro localizei um bom buraco onde poderia ser feita a primeira parada, acima deste ponto só conseguia visualizar uns 4 metros de parede vertical que mais acima ficaria positivo, concluímos a escalada do dia mas a nova linha ficou em minha mente até a semana seguinte! Ao conversar com meu amigo Fabrício Reis (Alf o ETeimoso), que certa vez tinha comentado ter começado uma linha por ali, confirmei que nós dois visualizamos a mesma rota, sendo assim ele me propôs, que continuássemos o projeto. Conforme o combinado, no domingo seguinte logo pela manhã estávamos lá com os equipos de conquista e muita vontade de tocar pra cima, como o Fabrício já havia começado a conquista dos primeiros metros e por ser um cara miudinho e leve, nada mais justo que ele passa-se com delicadeza pelo tal bloco gigante e sinistro, e continuasse a conquista da primeira parte da via. Após passar com todo cuidado pelo imponente bloco, o Alf foi tocando pra cima e jogando muitos cactos, pedras e capim gordura pra baixo, parecia até uma retro-escavadeira que por coincidência me fazia lembrar, de uma das primeiras vias que conquistamos juntos, nessa limpeza feita por ele foi descoberto um outro diedro o qual facilitou o seu progresso e deu possibilidade de colocações moveis, passado um tempo ele conseguiu finalmente chegar na base do tão esperado diedro principal, montou uma parada móvel e me chamou pra cima, subi com muita cautela pois além do blocão equilibrista havia tambem muitos blocos soltos.
Após chegar na parada peguei os equipos e assumi a ponta da corda, fui tocando pelo sonhado diedro o qual estava cheio de mato, liquem, merda de morcego, morcego e outros seres curiosos com nossa presença, fui subindo limpando e a cada metro encontrando uma boa surpresa, fendas com boas colocações moveis, boas agarras e outras coisas mais, neste ritmo deu pra subir metade do diedro, até que cheguei num ponto onde não encontrei péga, a parede ficava bem vertical e os liquens dificultavam a aderência da sapata, sendo assim resolvi passar em artificial utilizando boas colocações moveis, desse modo subi uns 2 metros até o diedro me permitir uma boa progressão em livre juntamente com ótimas colocações moveis até o seu final, chegando nesse ponto, com muito escalar e desescalar fiz uma saída pra esquerda e cheguei no buraco onde faria a primeira parada com aproximadamente 55 metros de via, deste local pra cima achei melhor meu parceiro continuar com a seg 30 metros abaixo de onde eu estava, pois teríamos poucas horas de luz natural, sendo assim achei uma saída botei uma proteção logo acima e a direita da parada, venci um lance vertical e posteriormente atingindo uma parede mais positiva e de fácil progressão, dando pra subir rapidamente uns 20metros utilizando-me de uma proteção móvel e por fim de uma proteção fixa pela qual fiz o rapel e encerramos o primeiro dia de conquista.
A partir do segundo dia de conquista quem passa a narrar a historia e fazer os furos será o meu parceiro Alf, pois eu fui dar continuidade a outros projetos pendentes. Como disse meu parceiro de cordada, Zé Nunes (Biro-biro), assumi a responsa de dar prosseguimento da conquista, sendo que tive a companhia do Chapeleta (vulgo Marcos), porém neste dia esticamos pouco, pois antes de entrar na conquista, o chapa iniciou um outro projeto, e ainda estávamos usando batedor manual.
Após alcançarmos o ponto conquistado na primeira investida, toquei pra cima, sendo este largo o mais positivo, pude limpar com tranqüilidade o segundo diedro da via, após a rápida jardinagem, surgiram ótimas colocações móveis.
Depois de superar esse trecho sem colocar mais nenhuma proteção fixa, alcancei um platô, que foi eleito para servir de P2, momento que bati mais uma proteção, logo após o chapa progrediu. Com a sua chegada sai para dar uma explorada, tentei continuar pelo lado esquerdo, porém ao ascender alguns metros pude perceber que pelo lado contrario a linha seria mais interessante, neste dia não havia mais tempo, então descemos, mas já tínhamos a linha a seguir na cabeça.
Na terceira investida, mais uma renovação na conquista, agora com a presença do Rich. Vocês deve estar se perguntando porque Rich com ch ao invés de cky, o lance é que antes ele usava cky mas depois que o Ricky Martin saiu do armário e depois de varias piadinhas envolvendo o nome dele com um jogador atleticano ele resolveu assinar Rich ao invés de Ricky! Mas voltando a conquista, neste dia o Rich conseguiu liberar um trecho da primeira enfiada, que até então estava sendo escalada com a utilização de técnica artificial, sendo o considerado o primeiro cruz da via, e graduado em 6º, este lance foi apelidado de passada do miserável, pois para transpor este trecho tem que enfiar a mão na fenda fechar o punho bem forte e apoiar a ponta dos dedos num regletinho insignificante. Ufa!
Após alcançarmos a P2, ponto conquistado na investida anterior, progredi ascendendo um bloco bem em frente a parada, e para variar mais um trecho de cactos a ser domado antes de progredir. Ultrapassado este trecho, encontramos duas possibilidades, pois havia uma pequena parede vertical a frente, enfim decidimos pela linha mais a esquerda, onde poderíamos proteger com uma peça móvel e com a utilização do cliff colocar uma proteção fixa mais acima, diminuindo muito o grau de exposição, devido ao platô que surge ao entrar neste lance, já que é necessário sair para a esquerda, se expondo em um vazio.
Após vencer este trecho inicial, sai em uma parede “um pouco” mais positiva, porém com muitas agarra podres, e que não proporcionavam a alternativa, ou segurança de parar para colocar uma proteção fixa, já que ainda estávamos com batedor manual, assim decidi tocar e só parar em um platô mais acima, onde cheguei com a garganta seca, já que tive de esticar, com a lembrança do platô......, mas era só o começo, pois ainda teria que fazer um furo para colocar uma proteção fixa, este momento foi lembrado por mim a semana inteira, pois meus pés ficaram arrebentados, durante talhar o furo tive de ficar em dois apoios horríveis. Com a colocação da proteção, meus pés não me davam confiança de continuar a ascender, e como o sol já estava baixo decidimos dar o dia de conquista por encerrada.
Na quarta investida, conseguimos repetir a dupla, eu e o Rich, neste dia tivemos a companhia dos amigos de Poços de Caldas, Renata Ravaneli e William, velho companheiro dos tempos do exército, eles nos acompanharam até o inicio da via, já que iriam escalar a via ao lado, a Sabotadores.
Enfim, tocamos até a P2, onde o Rich, tomou a ponta da corda, porém como narrei na passagem anterior, a passada onde prefiri não proteger devido as agarras podres, alterou o psico do Rich (que sentiu seu lado “cky martin” tomar conta da sua cabeça), que decidiu descer, já que seria necessário utilizar o Cliff em uma agarra que não era das melhores. Como já estava em um ritmo de conquista melhor, me senti mais a vontade para descansar meu corpo em um Cliff de agarra, local onde fixei mais uma proteção fixa, e depois foi vencer o ultimo trecho vertical da via, onde foram surgindo agarras de fenda horizontal, que proporcionavam uma ótima segurança, assim após mais algumas passadas superei esse lance, momento que cheguei em uma parede mais positiva, e para surpresa encontrei uma fendinha, onde protegi com um friend. Continuei tocando, e após superar um pequeno trecho de capim fixamos a última parada da via, já que havia somente alguns metros acima, onde poderíamos utilizar a parada final da via Suando Arco.
Após o final da conquista surgiu a forte idéia para o nome da via, Um Olho no Peixe e Outro na Gata, fazendo menção um pouco modificada do ditado popular um “olho no peixe e outro no gato”, esse nome se deu pela atitude do segurança o qual não sabia se olhava para a escaladora que subia pela via ao lado, se prestava atenção na segurança do guia, ou mesmo protagonizava um estravismo mantendo assim um olho em cada local. Este nome não deu muito certo pois as patroas não ficaram felizes com a historia, sendo assim foi cogitado denominar a via de “A Revolta das Patroas” mas como o nome também não deu muito Ibope, resolvemos batiza-la de “Castelo de Cartas”, pois como foi narrado pelo Biro-Biro, a via possui vários blocos empilhados! Esperamos que este relato de conquista instigue os leitores escaladores a entrar nesta nova linha do Pedrão.

















terça-feira, 28 de junho de 2011

Ossos do Ofício








No final de agosto de 2010, foi finalizada a conquista de um projeto que estava parado a mais de dois anos no Pedrão de Pedralva, esta nova linha se chama Ossos do Ofício e teve sua graduação sugerida em 5º VI E3 pelos escaladores Paulo Roberto e Fernandinho os quais fizeram a primeira repetição da via após 10 meses de conquista! Esta via com extensão aproximada de 400 metros é a segunda mais longa do sul de minas e a mais extensa linha da Serra do Pedrão, ela esta localizada no setor ossos, este local recebeu este nome devido a uma ossada humana encontrada na base, é uma grande parede a extrema direita do monolito denominado Pedrão. A rota Ossos do Ofício possui enfiadas com a inclinação da parede variando desde o positivo até o vertical, ao longo de sua extensão o escalador encontrará aderencia, regletes delicados e quebradiços, diedro, proteções fixas e moveis, muitos cactos e trechos expostos para manter o padrão das novas vias do Pedrão! A primeira investida dessa nova linha foi feita por mim José Nunes e Rafael Reis (Peter) no final da temporada de 2008 abrindo 100 metros de via no primeiro dia, por causa do forte calor deixamos para terminar a linha na temporada de 2009, mas devido ha uma vaca onde fraturei duas vertebras lombares e o antebraço direito tive que ficar um bom tempo afastado das paredes, sendo assim só retomamos a conquista em 2010 após finalizar uma outra bela linha chamada Castelo de Cartas! Nas empreitadas seguintes a rotatividade dos parceiros de conquista foi grande, na segunda investida contei com a ajuda do escalador Alessandro (Alemão) e munidos com uma furadeira conseguimos esticar mais 100 metros de corda, já na terceira investida com a furadeira na assistência técnica tive a ajuda do Paulo Roberto (Paulada) sendo assim os furos tiveram de serem feitos a mão o que nos tomou bastante tempo e fez a conquista progredir pouco naquele dia, na quarta investida arrumei um parceiro que se manteve presente até o fim da conquista foi o Fabricio Reis (Alf o ETeimoso), durante mais dois dias de conquista revezamos a ponta da corda talhando os furos manualmente e bem distantes uns dos outros para que a conquista rende-se, somente na sexta investida arrumamos uma nova metranca e demos férias ao batedor, isso fez a conquista voltar a render e com a ajuda de dois amigos Marcos (Paco) e Thiago (Chicória) concluímos esta extensa via na sétima investida!


Abaixo segue o croqui e algumas fotos da primeira repetição:































terça-feira, 21 de junho de 2011

Escaladas na Serra do Pedrão

Para aqueles que ainda não conhecem a Serra do Pedrão ou simplesmente Pedrão, é um monolito com paredes de gnaisse com mais de 300 metros de altura e extensão da base superior a 1000 metros, o qual se localiza na cidade sul mineira de Pedralva.




A conquista da clássica via desta parede foi concluída no final de 1995 e recebeu o nome de Evolução 6° VIsup E2 312m seus conquistadores foram João Bosco, Daniel Anami e Gisele, esta é a rota local mais cobiçada por escaladores do Brasil inteiro, entre as investidas de sua conquista, os escaladores João Bosco e Tatavo decidiram acessar o cume pela primeira vez através de uma linha de escalada mais fácil e assim em agosto de 1995 conseguiram o tal feito, subiram por uma parede em aderência de 200m com inclinação menos acentuada do que a da Evolução, esta conquista contou com varias proteções moveis e ancoragens em arvores não havendo necessidade de fixar grampos na rocha, a via foi batizada de Agosto 95 e graduada em 4º V. Sete anos mais tarde a parede ganhou mais uma rota, Suano Arco 4º VIsup E4 195m conquistada pelos escaladores Teusmá e Davi, que durante a conquista transpiraram todo arcool ingerido nas noites anteriores as investidas. A quarta conquista a culminar o monolito foi realizada por Rafael Wojcik e Alex Che e recebeu o nome de O Sabotador 4º V E1 200m, é a via mais tranqüila e protegida da parede, ideal para uma escalada de aclimatação e também para ser utilizada como rota de descida, pois é curta sendo possível rapelar com uma corda de 50 metros. Posteriormente Gustavo Piancastelli, Raul Quintiliano e Tiago Ferrer, conquistaram a via Cartas na Mesa 6º VIIa E3 140m que percorre um grande diedro fendado que vai da base até alguns metros abaixo do cume.
Em 2007 um novo ciclo de conquistas se iniciou, depois de ter escalado por varias vezes as vias existentes no local, e ficar indignado de ver uma parede daquele tamanho ser tão pouco explorada eu (José Nunes) resolvi convidar meu parceiro de conquistas Paulada (vulgo Paulo Roberto Souza) e outros escaladores da cidade de Pouso Alegre, associados a AFDM (Associação Fernão Dias de Montanhismo) para começar a abertura de novas vias naquelas grandes paredes. A primeira linha conquistada por nós foi a Racha Cuca 4º VIsup E3 300m, esta via se localiza na parede noroeste e uns 50 metros a direita da via Suano Arco seu inicio se dá por uma agarrencia que leva a uma grande fenda que eu namorava a um tempão, ao chegar nessa fenda percebi que na verdade era mais uma canaleta do que fenda e ao seu longo as probabilidades de proteções móveis diminuíam, por isso após chegar a sua metade resolvi sair dela e tocar em linha reta, para minha surpresa nesta parte do Pedrão ocorria boas agarras e não os tão encontrados regletes comuns as outras vias, fui esticando botando proteções bem espaçadas e no primeiro dia a investida rendeu uns 120 metros, no segundo dia de conquista, continuei na ponta da corda e subimos mais uns 100 metros de parede onde as agarras começavam a ficar parecidas com as das outras vias, a inclinação da parede hora ficando maior e hora menor e assim ia esticando e deixando as proteções bem espaçadas afinal de contas uma chapa e um bolt custam na faixa de R$7,00, na terceira investida o Paulada superou um lance bem vertical onde protegemos bem e denominamos o crux da via, passado o lance, Paulada alegando já ter gastado toda sua macheza resolveu me passar a ponta da corda, toquei pra cima vencendo mais uns 40 metros de parede e atingindo o cume, posteriormente voltamos para duplicar as paradas, resolvemos tirar o escorpião do bolso e botar mais umas chapas para baixar o grau de Expo da via. Ahhh! Já ia me esquecendo! O nome Racha Cuca se deu por um fato ocorrido no dia da duplicação das paradas, o serviço já havia terminado estávamos recolhendo a corda para montar o ultimo rapel, foi quando junto a corda veio uma grande pedra que mais parecia um pombo sem asa e acertou o capacete de nosso amigo Punk, a pancada foi tão grande que rachou a carcaça do velho Montana abrindo um taio na cabeça do coitado e acabando com alguns dos poucos neurônios que ainda restam na cuca deste ser! Corremos com ele pro hospital, uma radiografia foi feita e nenhuma fratura foi constatada, graças a Deus e ao uso do capacete!

Logo após a conquista da Racha Cuca, aproveitando o embalo convidei meu amigo Leandro mais conhecido como homem Bomba ou simplesmente B1, que estava louco pra entrar para o mundo das conquistas, saímos em busca de mais uma linha, na mesma face noroeste descemos a trilha uns 100 metros a direita da Racha Cuca e encontramos uma parede bem vertical com uma fenda duns 10 metros que começava larga e ia se estreitando, pensei comigo “$$ Acho que vai ser um lugar perfeito pois vou economizar com proteções fixas $$!” Toquei pra cima protegendo a fenda com camalots 5, 4 e 3 saindo dela estiquei alguns metros e botei a primeira chapa, daí pra cima fui esticando, economizando a carga da furadeira e proteções, a parede era vertical mas cheia de grandes e boas agarras, acho que originadas pelo intemperismo e microclima local, pois por ali o sol só bate depois do meio dia. Os cactos que são de uma espécie endêmica infestam todas as paredes de lá e enchendo o saco e também o corpo todo de espinhos durante as escaladas e conquistas em Pedralva, durante a conquista fui tocando pra cima e jogando cactos, até que um deles acabou atingindo a nuca do meu parceiro e ele ficou gritando desesperado! To cego to cego! Não me perguntem como um cactos na nuca pode deixar o cara cego, pois eu também até hoje não entendi! Esperei o se recompor e continuei tocando até esticar os 60 metros de corda e por sorte chegar num grande platô onde montei a seg numa arvore assim o trazendo pra cima, após este platô dei de cabeça numa parede de 90º onde em seu começo havia boas agarras que depois iam sumindo ou dando lugar a abaulados, neste primeiro dia conquistamos uns 15 metros desta parede vertical e descemos, depois disto tive que arrumar outro parceiro de conquista pois o B1 estava com medo dos cactos voadores, a conquista desta enfiada foi bem trabalhosa, foram 50 metros mesclando passadas em livre com lances de VIsup e artificial em furo de cliff, chegamos num bom platô onde achei que dali pra cima a conquista ficaria mais fácil, e ficou mas só depois dos seus primeiros 25 metros, entrei num fenda boa pra moveis off-set e quando sai dela comecei a fazer um furo pra botar uma chapa e com ¾ de furo acabou a bateria, assim resolvi meter a bunda da broca dentro do furo e passar a corda retinida na broca e rapelar até a proteção mais abaixo, depois desta investida demoramos um tempo pra voltar, pois já estávamos no verão e quando não chovia o sol castigava, em 2008 quando o tempo começou a ficar propicio para escalada de vias longas o super Paulada resolveu me ajudar na conquista, pois ninguém mais queria participar! Daí pra cima a parede foi ficando cada vez menos vertical e a conquista voltou a deslanchar e retomando a colocação de proteções um pouco mais espaçadas, em meados de maio depois de umas sete investidas chegamos ao cume. A via foi batizada de Tião Simão em homenagem ao hospitaleiro morador da base do Pedrão, a graduação sugerida ficou em 5 VIsup A1+ E3 330m.






Os causos do Pedrão, no ano de 1999 quando meu amigo Fabrico Reis, Rogério Malkomes e alguns amigos ecaladores daqui de Pouso Alegre, escalavam a via evolução, escutaram um grande estrondo e quando olharam pra cima viram um jipe que havia resvalado num platô e vinha voando em sua direção! Por sorte o jipe estava sem passageiros e passou uns 50 metros a esquerda dos escaladores assim ninguém se feriu mas a escalada acabou por ali! Outro fato ocorreu recentemente, numa sexta-feira santa chegamos no Pedrão pra dar continuidade a conquista nossa e uns escaladores de sampa iam começar a conquistar uma linha numa parede ainda inexplorada, com ajuda o filho e do neto do seu Tião começaram abrir ma trilha pra acessar o novo setor, foi quando acharam os restos de uma ossada humana, que tudo indica ser de um rapaz que desapareceu ali na região a uns 8 anos atrás.


O acesso ao Pedrão se faz partindo da rodovia BR-459 entrando na MG-347, na metade do trecho entre as cidades de são José do Alegre e Pedralva, entrar numa estrada de terra a direita onde há placas indicando uma casa de oração, daí é só seguir as placas, passar pela tal casa e ir até o final da estrada, chegando na sitio do seu Tião. Para quem vai com carros de passeio, terá de deixar o carro neste local, mas para quem tiver um 4x4 é só pedir autorização e subir até o pé da pedra!